A motivação não é um produto acabado, mas um processo que se configura a cada momento, no fluxo permanente da vida. É uma força, uma energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa, é um motivo para a ação.
A motivação nos é absolutamente intrínseca, isto é, está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores. Ela também é contínua, o que significa dizer que sempre teremos, a nossa frente, algo a motivar-nos.
A diferença entre motivação e estímulo consiste no fato de a motivação estar dentro de nós, e o estímulo, fora.
Por ser a motivação intrínseca, não é coerente dizermos que motivamos os outros a isto ou àquilo. Ninguém motiva ninguém. Nós é que nos motivamos ou não.
Tudo o que os de fora podem fazer é estimular, incentivar, provocar nossa motivação.
Com isso, quando falamos de um ambiente corporativo (não entenda corporativo como grandes empresas simplesmente, cabe este termo a qualquer negócio que tenha o objetivo de gerar ganhos financeiros), a visão da empresa deve ser a de processo, não de hierarquia. Nesse processo, faz-se necessário compartilhar o poder, gerando assim uma maior força de motivação a toda a cadeia.
Ao contrário do que ocorre em operações matemáticas, em que a divisão gera partes menores, quando o poder é dividido, o efeito é multiplicado.
Consequentemente, faz-se necessário:
- Aprender coletivamente;
- Focar o desempenho nas equipes;
- Adquirir, produzir e compartilhar informações tanto operacionais quanto táticas.
Considerando essas premissas, um grande desafio posto às empresas é, sem dúvida, provocar a motivação nas pessoas.
Um grande exemplo que motivações são diferentes para cada pessoa, se exemplificarmos a vida de jogadores de futebol, eles recebem propostas milionárias para jogar em clubes de futebol em países de pouca expressão, tais como China, Arábia Saudita e Qatar. Quando fazemos a referência a estes Países logo lembramos que dinheiro não é problema, então todas as propostas tornam-se milionárias.
Dependendo da motivação pessoal de cada jogador, nem sempre as propostas milionárias garantem que eles topem a mudança de times e morar em outros Países. É comum não entendermos por que determinada pessoa não se sente motivada a fazer algo que nos faria sentir motivados. Sem falar que estamos sempre querendo que todos sejam como nós, a nossa imagem e semelhança.
Um dos principais pontos para se entender os desafios atuais da motivação seja ela pessoal ou principalmente nas organizações, passa pelo entendimento das diferenças individuais, e vou explorar isso em um próximo texto.
Trazendo para a prática, nem sempre altos executivos compreendem por que o pessoal operacional não veste a camisa da empresa ou por que, às vezes, falta tanto ao trabalho, por exemplo.
Ora, os executivos ganham, normalmente, bons salários, têm secretárias e não marcam o cartão de ponto.
Se precisam ir ao médico, à escola dos filhos ou à academia de ginástica, abrem espaços em suas agendas de trabalho sem ter de dar satisfações a quem quer que seja.
O pessoal operacional não participa das decisões que o afetam, não pode faltar ou se atrasar, sob pena de perder parte do salário.
Não estamos discutindo aqui o motivo que leva o pessoal operacional a faltar ao trabalho (doenças do filho, necessidades da família) nem se o executivo precisa ou não relaxar porque toma decisões que põem em jogo a sobrevivência da empresa.
MAS ESTE NÃO É O PONTO!
O que importa é que as situações que motivam os executivos estão ausentes na vida do pessoal operacional e vice-versa.
Logo, a energia, a força que impulsiona os executivos não é a mesma que instiga o pessoal operacional.
Compreender diferenças é exigência que se impõe.
Nesse ponto, Freud nos daria uma bela lição. Ele nos diria que são nossos conteúdos psicológicos (diferentes de pessoa para pessoa) que nos encaminham em determinada direção, embora tais conteúdos possam servir-se de fatores externos.
Alocamos mais tempo nas atividades para as quais estamos motivados. O caráter de interioridade da motivação nos diz que ela é experimentada por cada pessoa, não sendo, portanto, generalizável.

Pessoas que gostam de ler, por mais ocupadas que sejam, sempre arranjam tempo para a leitura.

Entusiastas de ginástica sempre conseguem tempo para malhar.
A questão básica é:
Por que algumas pessoas se sentem altamente motivadas a realizar determinadas tarefas que a outras parecem enfadonhas, desinteressantes, ilógicas, malucas, muito certinhas, completamente sem parâmetros ou desprovidas de glamour?
Isso ocorre porque as pessoas têm:
- valores diferentes;
- formação profissional diferente;
- necessidades diferentes;
- interesses diferentes;
- organização familiar diferente;
- background cultural diferente.
Enfim, cada pessoa tem uma história de vida diferente que condiciona suas motivações.
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