Durante o mestrado de inovação e empreendedorismo um estudos que mais diverti foi a respeito das “profissões que não existem mais.” É interessante voltar no tempo para imaginar como seria um “despertador humano”, “caçador de ratos”, e mais recentemente “leiteiro”. Este último tenho boas lembranças de escutá-lo passando em frente a casa dos meus avós. Arrisco dizer que devem existir alguns ainda nas cidades do interior de Minas Gerais mantendo a tradição.
Toda essa extinção de profissões é devido a evolução das eras na humanidade, e será assim também durante todos os séculos futuros. Já parou para pensar que médicos tradicionais podem não mais existir? E que médicos poderão ser uma mistura entre médicos e mecânicos com o objetivo de “consertar a saúde” entre seres biológicos e cibernéticos? Bem, não sabemos quando, mas é possível.
Com toda a evolução ocasionada pela transformação digital é possível observar a grande quantidade de novas profissões que surgiram e para todas as idades. Exemplo são os blogueiros. Bem, tem gente que acha que blogueiro não é profissão, mas aí a discussão passa a ser outra. Muitos pregavam a substituição humana por máquinas devido a evolução tecnológica, e eu estou fora deste grupo. Eu acredito na adaptação humana devido a evolução tecnológica, e não a substituição.
Mas por curiosidade, vou listar algumas profissões que não existem mais. Pare por alguns segundos, feche os olhos e tente imaginar quais eras as atividades destes profissionais.
tELEFONISTA
Depois que o telefone foi inventado, em 1876, o mundo nunca mais foi o mesmo. No início, porém, a pessoa não conseguia ligar diretamente para outro aparelho, era preciso que alguém realizasse essa conexão — o telefonista. Aliás, essa era uma função operada sobretudo por mulheres, já que acreditavam que elas eram mais simpáticas. Por incrível que pareça, essa profissão existiu aqui no Brasil até a década de 1980! É importante não confundir telefonista com operador de callcenter.
Arrumador de pinos de boliche
Dava trabalho, mas antes da introdução das máquinas nesse processo, os pinos de boliche eram organizados de forma manual, por pessoas contratadas unicamente para isso. Trabalho repetitivo, não é mesmo? Pois essa foi uma das profissões que desapareceram graças à automação.
Caçador de ratos
Principalmente na Europa, havia uma infestação de pragas urbanas, sobretudo de ratos — causadores de muitas doenças. Por isso, muita gente se dispunha a caçar esses bichos, algo que rendia uma boa renda antes das empresas de dedetização surgirem, um pouco depois da Segunda Guerra Mundial.
Leiteiro
Os mais jovens certamente não vão se lembrar do entregador de leite, que passava bem cedinho nas casas para abastecer as famílias — apesar de algumas cidades do interior ainda contarem com esse profissional. Era um costume, inclusive, que cada residência deixasse um vasilhame do lado de fora, à espera do leiteiro. Dá para imaginar uma coisa dessas hoje em dia? Hoje o leite é facilmente comprado nos mercados e mantido fresquinho na geladeira!
Linotipista
A linotipo era uma máquina do século XIX que substituiu, a princípio, a tipografia tradicional. Assim, a imprensa e o mercado editorial foram revolucionados, uma vez que o procedimento se tornou mais rápido. Apesar dessa profissão ser praticamente extinta, ainda existem alguns raros linotipistas no Brasil. Mas é uma questão de tempo para que eles desapareçam para sempre.
Mensageiro de telegrama
As crianças de hoje provavelmente nem sabem o que é um telegrama. Essas mensagens curtas enviadas e recebidas pelas agências de correios ou empresas de telégrafos eram uma verdadeira mão na roda a quem precisava de mais agilidade em relação às cartas (que também ficaram no passado). Os mensageiros faziam as entregas de bicicleta ou a pé, e posteriormente com motocicletas. Foi uma profissão que permaneceu operante até a década de 1970 na Inglaterra.
Operador de mimeógrafo
Na onda das máquinas antigas, havia o mimeógrafo, vulgo avô da impressora. Esse aparelho otimizou as empresas e até mesmo a área da educação, uma vez que os professores conseguiam imprimir provas, trabalhos e apostilas em maior volume, sem muita dificuldade. Contudo, era um trabalho manual que dependia de alguém que ficasse por conta daquilo: o operador de mimeógrafo, que descansa em paz junto às demais profissões extintas.
Ator e atriz de rádio
As estrelas do cinema e da televisão antes eram aclamadas apenas pela sua voz, na era do rádio. Eram pessoas que interpretavam personagens em radionovelas, as antecessoras da nossa teledramaturgia. Depois que a TV surgiu, alguns desses artistas migraram para as telinhas, e o rádio passou a desempenhar outros papéis na sociedade.
Lanterninha de cinema
É raro encontrar um cinema à moda antiga atualmente, apesar de ainda existirem alguns em funcionamento por aí. Em seu formato inicial, existia um profissional que auxiliava as pessoas a encontrarem seus lugares devido à sala escura. O famoso lanterninha também funcionava como um fiscal, evitando barulho e tumulto durante o filme. Bons tempos!
Acendedor de poste
Acredite ou não, mas, antes da energia elétrica, a iluminação urbana era feita por meio de fogo, velas, lampiões e querosene. Assim que a luz do sol ia se pondo, surgiam os acendedores de poste, encarregados de iluminar as ruas à noite e apagar todos os pontos no início da manhã. Aqui no Brasil, o fim dessa profissão se deu nos últimos anos do século XIX, quando as primeiras luzes elétricas surgiram, inicialmente, no Rio de Janeiro.
Leitor de medidores
Um leitor de medidores de água, gás e energia elétrica é aquele responsável por medir o consumo de cada residência ou estabelecimento e, assim, gerar e emitir a conta de cobrança. Acontece que, com a automatização dos processos e leitores remotos, as empresas conseguem visualizar os dados de uso dos clientes sem a necessidade dessa vistoria presencial. Portanto, temos aqui mais uma profissão que entrará em extinção em breve!
Arquivista
A internet e as novas tecnologias geraram um volume imenso de dados, fazendo com que as empresas começassem a adotar estratégias inovadoras de gestão, com uso de Big Data, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial. Assim, os documentos e demais informações hoje são todos digitalizados, armazenados e compartilhados em nuvem, sem a necessidade de um arquivista — aquela pessoa responsável por manter toda a papelada em ordem.
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