Quando se está diante de uma cultura, é fato que ali possui valores, princípios e crenças que valoriza e das quais não abre mão.
Cultura é aquilo que faz parte do SER e que não se tem como negar.
Trata-se muito mais de como fazemos as coisas; é o retrato exato de como as pessoas a percebem. É a cultura que atrai as pessoas ou as afasta completamente. É a forma segundo a qual pensamos e fazemos as coisas durante a jornada pessoal ou de uma organização. Uma cultura tem implicações em qualquer organização, e é aí que o papel de um líder faz toda diferença. O líder é responsável em estabelecê-la e deixá-la fluir no meio em que se vive.
Para criar uma cultura, é necessário investir tempo, ensinar com eficácia, ter constância e disciplina, e muita intencionalidade, ou seja, saber por que se faz o que se faz. Ter direção, ter próposito. Executar dia a dia, constantemente.
Dentro das empresas é comum ou quase certo se trabalhar por resultados, enfim, vivemos em um mundo boa parte capitalista. E isso leva os líderes quererem o resultado rapidamente, embora não estejam preparado para criar uma jornada de ensino, de inspiração, de paciência a fim de esperar que seja algo que faça parte do coração das pessoas, não apenas um ato emocional.
Portanto, criar uma equipe é um cultura, não um método.
Um método é algo que se copia e se instala, mas, com o passar do tempo, cai no esquecimento das pessoas, porque não é algo que foi implantado no coração, e sim na mente. No método, as coisas são feitas friamente porque são geralmente impostas pela liderança, que quer ver a coisa funcionar o mais rápido possível. NO método, o líder investe todo o seu esforço e, caso seja positivo, crédito é dele, não algo muitas vezes marcado por um sentimento de pertencer a uma causa conjunta, compartilhado por todos. O perigo em se copiar métodos é não entender o que está por trás e não levar em consideração a própria realidade, que, muitas vezes, é totalmente diferente de quem a idealizou o método. Outro perigo é o modismo: porque todo mundo faz, porque conversei com alguém a respeito, quero fazer também.
Na tentativa de buscar um método, muitas vezes o líder não leva em consideração o tempo de maturação, ou seja, não respeita o processo adequado. Leva tempo para se colher frutos de uma cultura.
Quem ler isso pensa que sou contra métodos, pelo contrário já usei e uso vários; os métodos tem seu valor e são necessários para processos de implantação, bem como para continuidades. No entendo, só fazem sentido quando temos a certeza daquilo que queremos, do que realmente se tornou a nossa cara, daquilo que somos realmente.
Uma cultura depende de treino diário, de ensinar; ao fazer isso, damos a equipe a oportunidade de praticarem a cultura. O treinamento precisa ser direto, objetivo e claro. É necessário sempre o porquê por trás do o quê, e finalmente o como. Normalmente cada setor de uma empresa possui seus processos, manuais, procedimentos e por meio deles o treinamento é realizado sistematicamente e a cultura vai sendo implantada.
O segredo está em continuar fazendo como se estivesse começando, ou seja, ensine, inspire e insista. Um cultura depende de muita pedagogia da repetição: portanto, nunca pense que todos já sabem do assunto. Sempre há algo novo a aprender, e na repetição temos uma ideia mais clara de qual é o nível do grupo. Não se esqueça disso: o óbvio que não é dito não é óbvio!
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