AUTOCONHECIMENTO: Sai motivação, entra disciplina!

Acho incrível o que vemos hoje em dia principalmente com a facilidade do mundo digital e compartilhamentos na internet. São muitas frases bonitas, imagens motivadoras, frases de efeito, videos bonitos e por aí vai. Para não ser tão crítico, acho super legais os videos motivacionais no youtube, principalmente pq as trilhas sonoras são foda e ótimas para treinar, enfim, ajuda na endorfina!

Bem, voltemos ao objetivo do texto. O que vejo é que a cada 10 pessoas que postam este tipo de coisa, 7 ou + não praticam nada, ou quase nada. Sem julgamentos, é mais ou menos você ir em uma palestra com o título: COMO FICAR RICO e o palestrante não ser (Já parou pra pensar?!) Enfim, vamos adiante.

Então o que penso é:

Eu não acredito que motivação é algo que a gente produza em nós mesmo, ou seja, a famosa automotivação, eu acredito em DISCIPLINA!

Vejo que inclusive há um grande mercado voltado para “motivar pessoas”, mas gostaria que os motivadores fossem de fato pessoas que na prática colocassem isso em suas próprias vidas.

Então até os dias de hoje, reflito que fazer qualquer coisa em nossas vidas, há necessariamente dois opções / caminhos:

  • A primeira opção, mais popular e na minha visão errada, é tentar se automotivar.
  • A segunda, uma escolha um tanto impopular e na minha visão completamente correta, é cultivar a disciplina.

Trata-se de uma daquelas situações onde adotar uma perspectiva diversa redunda em resultados superiores imediatamente. Poucos usos do termo “mudança de paradigma” são realmente legítimos.

Então, o que penso que os difere?

A motivação de modo geral opera sob a presunção errada de que é necessário um estado mental ou emocional particular e específico para que uma tarefa seja realizada.

Isso está completamente invertido.

A disciplina separa o funcionamento externo dos sentimentos e mudanças de humor, e assim ironicamente, ao melhorar as emoções de modo consistente, evita o problema.

As implicações disso são bem grandes. Levar as tarefas ao “pé da letra” efetivamente causa os estados interiores que procrastinadores crônicos acreditam que precisam para iniciar as tarefas em primeiro lugar.

Em outras palavras de forma mais direta, não se deve esperar até se estar em boa forma para começar a treinar. Treina-se para se chegar à boa forma.

Quando a ação se condiciona pelas emoções (estado motivacional), esperar um estado de humor ideal se torna uma forma particularmente insidiosa de adiar seus objetivos. Quando mais cedo a gente entende isso, menos pancadas na vida iremos tomar esperando que nossa “cabeça motivacional” esteja plena para fazer a diferença em nossa própria vida.

Quem espera até ter vontade de fazer as coisas para fazê-las, está fodido. É exatamente disso que surge o temido círculo vicioso de procrastinação, ou seja, adiar os objetivos.

O ciclo da procrastinação

Mais tarde eu faço! -> Droga, não tô fazendo nada. -> Talvez eu deva considerar começar essa tarefa… -> … mas não estou disposto o suficiente para fazê-la bem. (repete)

Correr atrás da motivação é a insistência na fantasia infantil de que só devemos fazer as coisas que estamos a fim de fazer. O problema então se coloca da seguinte forma: “Como eu chego ao ponto de estar a fim de fazer o que eu racionalmente decidi fazer?” Isso é ruim demais.

A pergunta certa seria “Como deixo meu humor de lado e faço as coisas que conscientemente quero fazer, sem frescura?”

O ponto é cortar a ligação entre os sentimentos e as ações, e fazer a coisa de qualquer jeito. Você vai se sentir bem, energético e excitado depois de agir. É tipo quando você chega cansado em casa e vai para a esteira: Os primeiros 5 a 10 minutos são a sensação da morte, mas logo vc estará energizado!

A motivação inverte tudo isso. Estou 100% convencido de que esta perspectiva defeituosa é o principal motor da epidemia couch potato“sentar no sofá com comida, coca cola, doce e passar horas assistindo TV” que atualmente ataca não só ao Brasil mas principalmente os países desenvolvidos. Bem, ainda somos “sub”, que usemos isso para não chegar no nível de desenvolvimento e com problemas de couch potato (rs).

A vida e o mundo reais algumas vezes exigem que se faça coisas com que ninguém em sã consciência conseguiria se entusiasmar, e assim a “motivação” se depara com o obstáculo insuperável de tentar produzir entusiasmo por aquilo que objetivamente jamais o mereceria. Fora a preguiça, a única solução é acabar com a sanidade das pessoas. Então, olhando pelo lado bom, ser insano de modo controlado pode nos dar força para obter a disciplina.

Tentar martelar o entusiasmo por atividades fundamentalmente chatas é literalmente uma forma de automutilação psicológica: “GOSTO TANTO DESSES CÁLCULOS MATÉMATICOS REPETIDOS POR HORAS DO MEU DIA, MAL POSSO ESPERAR PARA PREENCHER MAIS 1000 PÁGINAS COM O MESMO CONTEÚDO, AMO TAAAAANTO MEU TRABALHO!”

A pior coisa que pode acontecer é ser bem sucedido na coisa errada – temporariamente. Um cenário muito superior é reter a sanidade, o que infelizmente tende a ser confundido com fracasso moral: “Eu ainda não amo meu trabalho fútil de bater carimbos durante todo o dia, devo estar fazendo algo errado.”“Ainda prefiro comer chocolate, e não brócolis, e assim não consigo perder peso, talvez eu seja fraco mesmo.” “Eu devia comprar outro livro sobre motivação.” Besteira! O erro crucial aqui é encarar essas questões em termos de presença ou ausência de motivação. A resposta é a disciplina, não a motivação.

Há outro problema prático com a motivação. Tem validade restrita, precisa ser constantemente revigorada. Talvez um dia possamos comprar motivação em farmácias, mas até lá… busque a sua através da disciplina.

Em contrário da motivação que é algo esperado e não criado, a disciplina é como uma máquina que uma vez colocada em funcionamento, na verdade passa a fornecer energia ao sistema.

A produtividade não exige nenhum estado mental. Para resultados consistentes em longo prazo, a disciplina supera em muito a motivação, de fato a disciplina acaba correndo ao redor, humilhando a motivação.

Em resumo, a motivação é tentar encontrar aquela vontade de fazer as coisas. Disciplina é fazer mesmo se não se tem vontade.

Vai por mim, você se sente bem depois!

Então, talvez não vale pra todos, mas como tento cultivar minha disciplina? Construindo hábitos – começando com coisas bem pequenas tais como se levantar todos os dias no horário, sejam dias quentes, frios ou finais de semana. Lutar por mim mesmo ganhar impulso disciplinar dia a dia, reinvestindo em mudanças cada vez maiores na rotina e transformando em disciplina, dessa forma construindo um círculo virtuoso de retroalimentação positiva.

A motivação é uma atitude que resulta um oposto esperado. O que conta é a disciplina.

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